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A imigração e a política dos refugiados sírios

A imigração e a política dos refugiados sírios

14 de março de 2016

Quando assumiu o poder, em novembro de 2015, o primeiro ministro canadense Justin Trudeau propôs algumas mudanças e reformas no sistema de imigração do Canadá. Na época, logo após as eleições, a Immi Canada lançou este texto explicativo, comentando sobre algumas dessas propostas e eventuais previsões quanto ao impacto que elas teriam para as pessoas que desejam imigrar no futuro.

 

Nas últimas semanas, a mídia tem estado repleta de informações as mais diversas a respeito de um assunto polêmico que começou logo depois das eleições. Estamos falando dos refugiados sírios e das implicações que as políticas que dizem respeito a eles podem ou não exercer sobre o restante das políticas de imigração canadenses.

 

Refugiados: quem são?

 

Infelizmente temos visto algumas pessoas nas redes sociais, elas mesmas com desejo de imigrar, culpando os refugiados pela burocracia do sistema, ou então fazendo comentários preconceituosos (e que revelam uma assustadora falta de informação) a respeito de os refugiados supostamente terem “benefícios” para imigrar.

 

Portanto, antes de fazermos qualquer comentário ou mesmo de expormos os fatos a respeito do polêmico assunto, é importante entendermos quem são os refugiados.

 

Antes de mais nada, de acordo com o governo do Canadá, um refugiado é uma pessoa que não pode retornar para o seu país de origem por um medo legítimo e fundamentado de perseguição por parte do governo local ou de determinados grupos por motivos relacionados a religião, opinião política, orientação sexual, dentre outros. Quando falamos em “medo legítimo”, queremos dizer que essas pessoas, caso voltem para seus países de origem, correm o risco de serem presas, torturadas e mortas. Fora isso, a violência e a guerra civil, juntamente com o risco de ser capturado por organizações terroristas e obrigado a trabalhar para essas organizações, também são motivos para que as pessoas busquem refúgio em outros países. Sim, o assunto é complicado.

 

É possível ter um insight das vidas dessas pessoas através de entrevistas publicadas em jornais e revistas ao redor do mundo, como esta, publicada no site do jornal National Post em janeiro. Ainda assim, para nós que vivemos em uma sociedade sem bombas e sem guerra, é muito difícil compreendermos como é a vida para os refugiados. A título de exemplo, trechos de uma matéria publicada no site americano Business Insider, em dezembro de 2015:

 

 

"Quando eu estava na segunda série, teve um ataque com bomba na escola. [...] é difícil descrever o som [...] mas era como se um prédio estivesse caindo”

 

"[..] quando passou um mês e a guerra não tinha acabado, eu pensei ‘Talvez dois meses’. Depois, ‘Talvez três meses’. Mas depois de três meses minha mãe me disse que nossa casa havia sido destruída. [...] Não tínhamos um lugar para onde voltar”

 

"Eu era o único médico da região, então quando a ISIS ocupou nossa cidade eu sabia que eles iriam querer que eu trabalhasse para eles. Deveríamos ter ido embora naquele momento”

 

Podemos perceber então que refugiados não são simplesmente pessoas que desejam ir morar em outros países, como é o caso de quem nos lê agora. Refugiados são pessoas que não têm outra escolha a não ser deixar tudo para trás em busca de salvar a própria vida e a vida de seus familiares.

 

A política de imigração canadense para os refugiados

 

De acordo com uma matéria publicada em 19 de fevereiro no jornal National Post, o governo de Justin Trudeau esperava receber 25.000 refugiados no final de 2015, mas esse prazo precisou ser estendido para 2 meses além da data final. Já as previsões para 2016, de acordo com o ministro da imigração John McCallum, são que até 50.000 refugiados podem chegar ao país até o final do ano. Esses números não são decididos arbitrariamente. Sendo parte de planos governamentais, levam em consideração uma estimativa da quantidade de pessoas que o Canadá dá conta de receber a cada ano, levando também em consideração a existência de moradia, empregos, saúde e educação para todas essas pessoas.

 

 

De acordo com o site oficial do governo do Canadá, existem 5 fases para o processo de refúgio em voga atualmente, sendo que segurança é a palavra-chave. O Canadá está trabalhando junto à agência de refugiados das Nações Unidas para identificar pessoas que precisam de asilo, dando prioridade para mulheres em risco e famílias inteiras.

 

Quanto à segurança, cada candidato ao refúgio no Canadá passará por uma série de passos cujo foco principal é manter um alto nível de controle quanto a quem são as pessoas que estão sendo admitidas no país: novos refugiados passam por um extenso processo de verificação de documentação, coleta de impressões digitais e fotos, assim como dados referentes ao histórico de cada pessoa, contando com atestados de antecedentes criminais. Além disso, candidatos ao refúgio também passam por entrevistas com oficiais de imigração, onde toda essa documentação é verificada. A partir disso será tomada a decisão a respeito da validade da aplicação de cada candidato. Os candidatos também passam por exames médicos antes de receberem o sinal verde para embarcar, e ainda mais exames médicos ao chegarem no Canadá.

 

De acordo com matéria publicada pelo jornal Huffington Post, é preciso esperar mais algum tempo para se ter uma ideia dos efeitos que irão surgir como consequência da política de imigração para os refugiados. No entanto, é importante ter em mente que o governo de Justin Trudeau pretende ainda fazer mais mudanças no sistema de imigração como um todo, sendo que a política referente aos refugiados é apenas uma parte desses planos. E planos governamentais levam algum tempo para poderem ser implementados, acompanhados e avaliados. Isso não quer dizer que haverá menos espaço, por assim dizer, para as outras classes de imigrantes, e também não quer dizer que imigrantes que já chegaram ao Canadá terão menos benefícios por conta do aumento do número de refugiados. Não temos dados suficientes sobre isso, já que se trata de um programa novo, e qualquer conclusão nesse momento pode ser considerada precipitada. Em suma, é preciso ainda esperar algum tempo para que o governo possa avaliar os resultados de seus planos e compartilhá-los com o público em geral.

 

 

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