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A viagem da minha vida - Por Daniela Andrioli

A viagem da minha vida - Por Daniela Andrioli

18 de fevereiro de 2014

Hoje, sentada na escrivaninha do meu quarto canadense, há menos de 15 dias de pegar o voo de volta para o Brasil, um filme passa na minha cabeça. Lembro do começo de tudo, da preparação, do sonho de chegar até aqui. Tenho muitas dúvidas de como será minha vida daqui para frente. Mas olhando a história que construí, só consigo ter uma certeza: eu venci.

Arquivo Pessoal - Daniela Andrioli

Fazer um intercâmbio foi e não foi uma decisão fácil. Eu sempre falava no assunto em casa. “Quando terminar a faculdade, quero estudar inglês em outro país...”. O problema estava entre querer e realmente levantar do sofá e correr atrás. Comecei a procurar cursos e agências no começo de março de 2013, quatro meses depois de me formar em jornalismo. Naquela época, não tinha passaporte, não tinha visto, não fazia a mínima ideia sobre para qual lugar do mundo eu deveria ir.

Dividi o sonho em partes. Primeiro agendei a entrevista do passaporte. Enquanto esperava a data, procurei saber mais sobre os cursos. O país ainda era uma dúvida. O Canadá estava nas opções, mas não era o único. Cogitei Irlanda, Estados Unidos e Inglaterra. Decidi no susto: Vancouver. Pronto. Não poderia ter feito escolha melhor.

Cheguei aqui perdida, assustada, com medo de tudo e todos. Quando você vai para um novo país e não domina a língua, a maior dificuldade está em começar tudo de novo. Do zero. “Como explico que meu celular está sem bateria e meu plug não é compatível com a tomada?”. Os primeiros dias, definitivamente, não foram fáceis. Sofri com o frio (que nem era tanto!), com o inglês e, principalmente, com a saudade. Ao pensar que teria que esperar cinco meses para abraçar todos que deixei no Brasil, eu entrava em desespero. Afinal, naquela época, parecia que a viagem de volta nunca iria chegar.

Mas a gente aprende, de um jeito ou de outro. Aos poucos, o ouvido acostuma e a vergonha passa. Sem ao menos perceber, você está falando, comprando, passeando, vivendo. E sendo feliz. Vancouver é, realmente, o lugar ideal para isso. A cidade é linda do começo ao fim. Quer ir para praia? Aqui tem. Quer ir para montanha? Aqui tem. Quer fazer compras? Aqui tem. Quer baladinha todos os dias da semana? Tem também.

A educação, a limpeza e os serviços públicos são invejáveis. Que brasileiro levaria a sério que o ônibus passaria 10h41? Pois é. Aqui ele passa. O sistema é tão útil, que dá para chegar em qualquer lugar fazendo a combinação ônibus, skytrain e seabus.

E foi assim que fui, aos poucos, descobrindo a cidade. Hoje parece que tudo está na palma na minha cidade. A necessidade me fez pesquisar, saber, procurar. Science World, BC Place, Rogers Arena, Capilano, Lynn Canyon, Stevenston, Kitsilano, English Bay, Stanley Park, Grouse Mountain (e tantos outros lugares)... Eu fui! Mas esses 150 dias também me ensinaram que intercâmbio não é só balada, compras, pontos turísticos.

Arquivo Pessoal - Daniela Andrioli

O que vai ficar no coração são as relações humanas que construí. Aqui, nunca estive sozinha e, só por saber disso, já posso dizer que minha viagem valeu a pena. Fiz amigos brasileiros e não me arrependo nenhum minuto de tê-los colocado em minha vida. Porém, eles não foram os únicos. O mundo é grande demais, gente! Sem ao menos perceber, tinha pessoas de todos os cantos do mapa na timeline do Facebook. E assim eles também foram fazendo parte da mesa do bar. Do almoço de sexta-feira. Da cantoria no karaokê. Das lamentações sobre saudade. Afinal, aqui todo mundo é igual. Não importa seu país, sua idade, sua crença. Os propósitos são os mesmos e, por isso, os laços se fazem na velocidade da luz.

Ainda tive a sorte de ganhar uma nova família, motivo que me fez ficar os cinco meses morando em homestay em Burnaby, 25 minutos de Downtown. Minha hostmother me mostrou que é possível, sim, unir carinho e negócio, tudo numa coisa só.

Ao olhar ao meu redor, ver minhas malas compradas e presentes empacotados, só consigo sentir saudade. Não há lamentações, arrependimentos, tristeza. O tempo aqui foi suficiente para mostrar que saber inglês é muito mais que ter um currículo bonito. A língua faz a gente atravessar fronteiras, quebrar barreiras. E hoje sei que estou preparada para passar por todas que vierem. Poderia ter escolhido qualquer lugar do mundo, mas cheguei aqui. E, de certa forma, Vancouver vai ser para sempre minha casa.

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