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Valentine’s Day: relacionamentos Brasil x Canadá

Valentine’s Day: relacionamentos Brasil x Canadá

14 de fevereiro de 2018

O Valentine’s Day no Canadá, ou Dia de São Valentim, equivale ao Dia dos Namorados no Brasil. A diferença principal é que em terras canadenses ele é comemorado no dia 14 de fevereiro e, no Brasil, a data é celebrada em 12 de junho. Uma curiosidade pouco explorada, quando se fala em Canadá, está nas diferenças entre os relacionamentos, sendo que vários são os boatos: “o povo canadense é mais frio”, “eles não perguntam sobre a sua vida” e até “não há demonstração pública de afeto”.

Para marcar a data e também para ajudar a esclarecer estes boatos, entrevistamos duas brasileiras, uma delas namora um canadense e outra irá casar com um em setembro deste ano. Lourdes Silva mora em Winnipeg, na província de Manitoba, há um ano e quatro meses e namora o canadense Ryan Nesbitt. Ela é arquiteta e ele broadcast technician. Eles se encontraram pelo aplicativo Tinder e namoram há 10 meses. Já Juliana Von Der Maase Dotta conheceu o canadense Brandon Moore em um intercâmbio que fez na Austrália, ele estava a trabalho no país e ela estava estudando. O motivo dela ter se mudado para Toronto, em Ontario, lugar onde mora há cinco anos, foi seu noivo Brandon, eles se casam em setembro deste ano. Juliana é gerente de restaurante e seu futuro marido trabalha como gerente de operações.

Valentine’s Day

Conhecendo alguém

Juliana e Brandon ficaram juntos na Austrália por cerca de quatro meses. “Ele voltou para o Canadá e eu fiquei na Austrália, ficamos separados por um ano. Quando terminei meu intercâmbio lá tive que tomar uma decisão, ou voltar para o Brasil ou ir para Toronto, no Canadá, morar com o Brandon, pois ele havia me convidado. Eu decidi ir, mas impus a condição de que ele teria de ir ao Brasil pedir permissão aos meus pais. Ele foi e estamos juntos até hoje”, conta ela.

Lourdes conheceu Ryan pelo Tinder. “Cheguei ao Canadá solteira e queria conhecer alguém bacana. Depois de alguns encontros que não deram em nada, pois a forma de se conhecer é muito diferente do Brasil, eu já estava descrente. Em janeiro eu conversei com o Ryan, tomei a iniciativa e mandei mensagem para ele. Tivemos algumas conversas curtas, então depois disso ele viajou, ficou um mês fora e não nos falamos nesse período. Quando ele voltou de viagem me mandou mensagem marcando um café, nos desencontramos algumas vezes e depois acabamos conseguindo nos encontrar e estamos namorando até hoje”, relata a arquiteta.

Valentine’s Day

Sobre as diferenças com relação ao Brasil, Lourdes conta que achou que os canadenses realmente são mais frios, mas isso pode ser uma característica positiva. “Quando o pessoal vai para uma balada ou bar, geralmente o interesse não é namorar alguém, mas quando marcam um encontro, eles não querem simplesmente ficar, a intenção é, de fato, conhecer a pessoa e ver as afinidades. No nosso primeiro encontro eu estava tranquila e sem nenhuma pretensão, então foi muito bacana, pois ao contrário do Brasil onde na maioria das vezes algo já acontece na primeira vez, no Canadá isso é raríssimo. Nós conversamos muito e os homens respeitam muito as mulheres, todos os canadenses. Conheci alguns antes do Ryan e nenhum deles encostou em mim, como comumente acontece no Brasil. Eles esperam a mulher tomar atitude ou pedem se podem dar um beijo, por exemplo”, explica ela.

A gerente de restaurantes Juliana diz que, pelo fato dela ter ido para o Canadá a convite do atual noivo, o começo foi bastante complicado pois ela não conhecia ninguém e até então nunca tinha pensado em morar no Canadá. A permissão de trabalho dela saiu depois de um ano com o visto de turista. Neste período a profissional relata que, pelas diferenças culturais, foi um ano de readaptações e recomeços, e também que foi difícil fazer as primeiras amizades, pois os amigos e amigas do noivo eram canadenses e tinham um perfil diferente do que ela estava acostumada no Brasil. “Com o visto de trabalho nós demos entrada no Common Law e eu havia começado a trabalhar, então fui construindo a minha rede de amizades por mim mesma, me sentia mais independente. Eu consegui emprego na comunidade brasileira pois eu não tinha experiência canadense e nem havia estudado aqui”, relata ela.

Diferenças culturais

Com relação às diferenças culturais no relacionamento, para ambas as entrevistadas, desde o início, do primeiro encontro até morar com alguém é tudo muito diferente do que estavam habituadas no Brasil. “É tudo muito, muito, muito diferente. Eles não tem o mesmo calor e a mesma preocupação que temos. Abraçar e beijar em público não é comum, eles não fazem isso e acham estranho. Quando conheci o Brandon demorou quatro encontros para darmos o primeiro beijo, o que já é completamente diferente do Brasil. Isso foi uma das coisas que me encantou nele. Primeiro ele queria saber quem eu era, para depois ver se tínhamos características e gostos em comum, para aí sim começarmos algo. E a partir do momento que ficamos pela primeira vez, o que pra gente no Brasil não quer dizer nada ou que você vai encontrar ainda aquela pessoa, eu já senti que estava em um relacionamento com ele a partir daquele momento, já nos falávamos todos os dias”,  descreve Juliana. Ela ainda complementa que acha estranho até hoje os casais não se cumprimentarem com um beijo, mas sim um “oi, tudo bem?” ou “olá, como foi seu dia?”.

Valentine’s Day

Lourdes também enfatiza o respeito no país por parte dos homens. “Eu percebo que eles são mais feministas aqui, não são machistas. Respeitam a mulher, nossa opinião, são extremamente honestos e gostam muito do espaço deles, tanto o homem quanto a mulher, não é uma característica só masculina. No Brasil eu percebia que muitos casais não faziam programas sozinhos, mas somente juntos. Aqui não, é super normal um final de semana o homem sair com os amigos e ela sair com as amigas e tá tudo bem, isso não é um problema para nenhuma das partes e não gera nenhum tipo de briga”.

A arquiteta ressalta uma característica interessante: a traição. Segundo ela, isso é algo muito menos frequente no país, pela sua percepção. “Aqui os homens respeitam as mulheres e nenhuma delas recebe cantadas nas ruas, isso realmente não é comum por aqui. A sociedade no geral é muito menos sexualizada e eu percebia no Brasil uma banalização, pois tudo o que fala ou faz tinha uma coisa sexual no meio”.

Juliana ressalta que as diferenças culturais são enormes e não estão somente no que diz respeito ao relacionamento, mas também aos costumes. “Com comida é muito diferente, o que eu estou acostumada, ele não está. A gente sai e vai para um restaurante, por exemplo, e eu fico horas conversando, bebendo, e ele não, ele senta, pede o prato, come e paga e em meia hora a gente janta. No começo foi muito estranho, neste aspecto eu estou tentando trazer ele para a cultura brasileira. Nós temos o calor, a coisa de família e aproveitar o momento”, relata a profissional. Outra diferença que ela vê é a questão da família e amigos, pois ninguém dá opinião ou palpite na vida dos outros e costumam ser bastante reservados com relação à vida pessoal, além de  que respeitam muito a escolha e o jeito de ser de cada um.

Comemoração Valentine’s Day

A celebração da data no Canadá acontece de maneira muito parecida com o 12 de junho no Brasil. Os casais trocam presentes e os restaurantes mais românticos e elegantes ficam lotados com reservas ainda antes da data chegar. Além disso, nas terras do True North as pessoas também trocam cartões, como uma celebração não só de amor de casais, mas também entre familiares, amigos e crianças.

Caso a família ou o casal vá passar a data no país, é importante acompanhar a programação de cada cidade, pois diversas possuem eventos na época, destinados à famílias e casais, como festivais, feiras, festa de luzes, eventos gastronômicos, dentre outros.

Fabíola Cottet

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